2015, artigos, Ciências da Religião

Prosperidade sim, família homossexual, não! A nova classe média evangélica

SUNG, Jung Mo. Prosperidade sim, família homossexual, não! A nova classe média evangélica. Psicologia USP, vol. 26, n.1, p. 43-51, 2015.   .

Dentre a chamada “nova classe média”, um grupo social se destaca por sua atuação social e política em defesa do modelo tradicional de família e contra o casamento de pessoas do mesmo sexo e as relações homoafetivas: os evangélicos da linha da teologia da prosperidade. Este artigo pretende mostrar que o conservadorismo moral militante e a adesão aos valores modernos e pós-modernos da cultura de consumo capitalista, por meio da teologia da prosperidade, não são aspectos contraditórios ou um descompasso no processo de modernização desse grupo, mas que são dois lados de um único processo de afirmação de sua dignidade humana.

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2011, artigos, Sociologia

O empreendedorismo neopentecostal no Brasil

SOUZA, André Ricardo de. O empreendedorismo neopentecostal no Brasil. Ciencias Sociales y Religión/Ciências Sociais e Religião. Vol. 13, n. 15, p. 13-34, 2011.

O artigo trata do empreendedorismo econômico neopentecostal, delineando suas referências teóricas, e sua configuração no Brasil. Tal fenômeno, a um só tempo religioso e econômico, se desenvolve no contexto de intensa concorrência entre igrejas e valorização por elas da economia de mercado. A figura do líder religioso e também gestor de negócios é discutida. As práticas de suas corporações religiosas costumam ter implicações políticas e também controvérsias judiciais. Resultados de uma ampla pesquisa são apresentados. O texto traz a análise das principais personagens e instituições dessa face cristã brasileira.

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2011, Sociologia, teses

Além do dinheiro e dos demônios: o neopentecostalismo no Brasil e na Holanda

MEDEIROS, Rangel de Oliveira. Além do dinheiro e dos demônios: o neopentecostalismo no Brasil e na Holanda. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Sociologia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 2011.

Orientador: Paul Freston

O objetivo desta tese é analisar o discurso neopentecostal focando principalmente nos diversos níveis de produção discursiva da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) a fim de responder a seguinte questão: A estruturação destas igrejas é predominantemente construída sobre a Teologia da Prosperidade ou sobre uma gama de elementos discursivos mais variados? Partindo se da hipótese que estas igrejas tentam oferecer uma experiência de vida e religiosa plenas, contrariando a ideia que vem sendo difundida pelo senso comum e em outros trabalhos acadêmicos de que estas igrejas são apenas “supermercados da fé”, onde o “cliente” “compra” o produto religioso que terá uso em sua vida mundana e em pouco tempo vai embora, para eventualmente tornar-se “freguês de outro supermercado”. Para tanto se analisou dois contextos nacionais diferentes. Foram acompanhadas atividades no Brasil, principalmente em Florianópolis, e na Holanda, principalmente em sua capital Amsterdã. Assim, este trabalho tem também as características de estudo de caso e estudo comparativo. As informações obtidas no trabalho de campo fora do Brasil trouxeram elementos para se analisar o comportamento da igreja e de seus frequentadores em um contexto bem diferente, podendo se perceber o que permanece e o que se modifica no discurso da igreja e das atitudes dos frequentadores diante da nova realidade.

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2010, artigos, Sociologia

Misticismo do cálculo e a ascese consumista: razão e fé no “crer sem pertencer” e no neopentecostalismo

TOTARO, Paolo. Misticismo do cálculo e a ascese consumista: razão e fé no “crer sem pertencer” e no neopentecostalismo. Religião e sociedade, vol.30, n.1, pp. 81-100, 2010.

A cultura do cálculo engendra duas formas de individualização: 1) o isolamento do indivíduo como “peça” nos processos formalizados (nos repetitivos ciclos do consumo e na lógica organizacional da burocracia), o qual coloca a consciência numa condição de heteronomia; 2) a liberdade do homem decorrente da possibilidade de controlar a natureza física e social, que desenvolve uma condição de autonomia da consciência. Na última vertente, o cálculo acaba por lidar com seus próprios limites e, portanto, está destinado a agir no limiar do misticismo. As duas principais formas de desinstitucionalização religiosa de nossos dias, quais sejam, a representada pelos movimentos neopentecostais (de recorte consumista) e a chamada “secularização encantada” (de recorte místico), remontam àquelas duas forças individualizantes da cultura do cálculo.

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